quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Crepúsculo, por Marcelo Rubens Paiva


muito bom o texto. confiram.


broxante
por Marcelo Paiva
Me explicaram ontem o sucesso da saga CREPÚSCULO, que esgota livros e lota os cinemas.
Fiquei chocado.
Trata-se da história de vampiros virgens, politicamente corretos e vegetarianos, escrita por uma autora conservadora MÓRMON.
O vampiro gato só vai morder e chupar o sangue da gatinha depois de se casar com ela [NO TERCEIRO LIVRO]. Apesar dos apelos dela no SEGUNDO livro.
Nem o LOBISOMEM papa a mocinha, por respeito aos bons valores do celibato.
E não comem carne de animais, apenas chupam o sangue deles.
O livro-filme é adotado pela onda conservadora que varre a nova geração, que retoma o tabu da virgindade.
É uma afronta ao espírito libertário e provocador do personagem vampiresco, que suga o sangue das virgens e as amaldiçoa, arquétipo europeu comum à civilização ocidental e da modernidade, síntese da luta desejo versus moral.
E o galã do filme é considerado o ator mais sexy do momento. Então as menininhas assistem à LUA NOVA, babam e se recolhem.
Ainda bem que vim de outra geração.
VIVA MICKEY ROURKE!!!

sábado, 28 de novembro de 2009

Luc Besson


Cineasta dirigiu blockbusters como 'O quinto elemento' e 'Joana D'Arc'.Besson diz que filmes são atacados por não serem 'franceses o bastante'.


O cineasta francês Luc Besson, conhecido mundialmente por blockbusters como "O quinto elemento" e "Joana D'Arc", disse que seus filmes são mais criticados em seu próprio país porque não são vistos como "franceses o bastante".

O diretor disse à Reuters que diversas vezes lutou contra o ceticismo e a falta de visão quando tentava encontrar apoio para seus projetos na França.

"Toda vez em que tento fazer um filme, a primeira reação que obtenho dos franceses é sempre a mesma reação que você tem com o povo francês: não é possível", disse durante uma entrevista na capital sueca.

"É verdade - 'Subway', 'Imensidão azul', todos esse filmes não eram bem o que os franceses queriam, não são franceses o bastante. Então, eu tenho que lutar um pouco, e me acostumei a isso".

Estilo
Besson fez sucesso nas bilheterias com seus filmes espetaculares, mas costuma ser recebido friamente pelos críticos, que o veem como alguém que favorece o estilo sobre a substância.

"No meu caso, por exemplo, na França, eles (os críticos) algumas vezes gastam 3, 4, 5 páginas para dizer como meu filme é ruim, mas na próxima página você tem 10 linhas sobre esse pequeno filme que eles acham ser uma obra-prima", disse.

O parisiense Besson, descrito em um jornal como o mais Hollywoodiano dos cineastas franceses, disse que não se preocupa com o fato de não ser bem recebido pela indústria do cinema da França.

"Não é esse o objetivo, não nos importamos tanto", disse. "Somos talvez a primeira geração de uma grande mistura étnica - eu vejo filme americano, como sushi, ouço música inglesa. Sou um pouco americano, um pouco chinês, um pouco sueco e um pouco francês", disse, sorvendo chá em seu quarto em um hotel de Estocolmo.

Besson já experimentou uma série de gêneros, da ação ao drama e à ficção-científica. Seu último trabalho, "Arthur e a vingança de Maltazard", é um filme infantil que usa imagens geradas por computador e será lançado no início de dezembro.

Questionado se havia um filme obrigatório - além dos que ele fez - para recomendar a fãs, Besson deu uma lista de três: a comédia norte-americana "Juno", o vencedor do Oscar "Pequena Miss Sunshine" e o drama alemão "A vida dos outros".

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

'É proibido fumar' ganha o prêmio de melhor filme do Festival de Brasília


“É proibido fumar”, de Anna Muylaert, foi eleito o melhor filme pelo júri oficial do 42º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que terminou na noite desta terça-feira (24). O filme levou mais sete prêmios – entre eles, o de melhor atriz, para Glória Pires, e o de melhor ator, para Paulo Miklos.


O filme conta a história de uma professora de música fumante (Glória Pires) que tenta largar o cigarro após conhecer um novo vizinho – interpretado pelo ator e músico Paulo Miklos. “É Proibido Fumar” também levou os prêmios de montagem, trilha sonora, direção de arte, roteiro e melhor atriz. Já “Filhos de João, admirável mundo novo baiano”, do diretor baiano Henrique Dantas, recebeu o prêmio do júri popular do festival como melhor longa. O filme é um documentário sobre a trajetória do grupo Novos Baianos. O diretor entrevistou integrantes da banda para tentar remontar a importância do grupo para a música popular brasileira.


"Tinha 200 quilos no ombro no começo da sessão. Quando eu senti que o público tava entrando no filme, foi saindo, foi saindo. Acho até que saí mais magro”, disse Dantas. Na hora de receber o prêmio, o cantor Moraes Moreira, ex-integrante dos Novos Baianos, puxou um coro com músicas do grupo.

Audrey, a estrela que virou ícone de elegância

Luiz Carlos Merten

São 952 minutos de programação - quase 16 horas para deleite de admiradores da estrela que virou sinônimo de elegância e sofisticação. Audrey Hepburn já foi homenageada antes com coleções que levam seu nome, mas a Audrey - Couture Muse Collection tem a pretensão de ser a definitiva.

São sete filmes, entre eles alguns dos melhores que ela interpretou - A Princesa e o Plebeu, Sabrina, Guerra e Paz, Cinderela em Paris, Bonequinha de Luxo, Quando Paris Alucina e My Fair Lady.

Você pode sentir falta de alguns títulos essenciais, como Charada e Um Caminho para Dois, que ela fez com o mesmo diretor, Stanley Donen, mas só esses já dão uma ideia do que era, ou como era o Audrey"s touch.

Todo esse tempo assinalado corresponde à duração dos filmes, mas existem os extras e eles são tão numerosos que você terá de passar mais algumas horas diante da sua TV (ou home theater), se quiser assistir a todos.

Audrey era contratada da Paramount e há um documentário sobre o estúdio; ela adorava Givenchy, seu estilista preferido, mas Edith Head era a desenhista top de linha na Paramount e você também vai saber um pouco sobre ela.

Vai poder ver os bastidores da filmagem do épico que King Vidor adaptou de Leon Tolstoi e o discurso de agradecimento de Rex Harrison no Globo de Ouro, que recebeu pelo musical adaptado de Lerner e Loewe.

E que tal acompanhar o processo de restauro da comédia de William Wyler pela qual Audrey ganhou seu Oscar de atriz, no papel daquela princesa que se livrava do protocolo para levar uma vida anônima em Roma? Ou ouvir os comentários de Martin Scorsese sobre a obra-prima de George Cukor (My Fair Lady), durante tanto tempo injustiçada como mera transposição de um hit do palco (da Broadway) para a tela?

Tudo isso pode ser prazeroso, revelador, mas o mais fascinante é essa relação singular da atriz com seus diretores.

Alguém já parou para pensar no significado "real" de A Princesa e o Plebeu? Wyler sabia das coisas e você deve se lembrar como ele fez inscrever em seus cartões de visitas as iniciais A.V., de ancienne vague, para se diferenciar dos autores da nouvelle vague, por volta de 1960.

Um crítico tão importante como André Bazin destacava a assinatura de Wyler na sua utilização da profundidade de campo, pedra de toque da mise-en-scène de seus filmes? Vocês acham que era mera coincidência que, em 1953, quando se consolidavam as mudanças do neorrealismo (clássico), ele fizesse da sua princesa uma mulher comum, nas ruas da cidade que abrigara o movimento? E a fragilidade de Audrey como Natacha em Guerra e Paz, errando por amor contra o pano de fundo da grande História (com maiúscula)?

As cenas de batalha daquele belo filme são até hoje exemplares e Henry Fonda como "Pedro", atravessando a guerra com sua flor, é certamente uma das experiências inesquecíveis do cinema, a menos que você tenha ideias preconcebidas (e empobrecedoras) do que seja o cinema de autor.

Em todos os filmes, Audrey é bela, elegante, compassiva. Admira que Steven Spielberg tenha feito dela o anjo de Além da Eternidade?


ServiçoAudrey - Couture Muse Collection. Coleção com sete DVDs. Da Paramount. R$ 99,90

sábado, 21 de novembro de 2009

Chaplin no Cine Cultura


A sala que todos nós conhecemos como "Clube de Cinema" abriga o projeto da Secretaria Municipal da Cultura, o Cine Cultura. O que é ótimo não só para a própria secretaria como também para os marilienses que se deparam com mais uma opção cinematográfica fora do circuito comercial hollywoddiano e de pipoca.

pois bem, vários clássicos imperdíveis já foram exibidos no projeto e nesta terça a opção é realmente fantástica: Chaplin em Luzes da Cidade (1931).

Não é possível assistir esse filme sem se emocionar. Ali, o grande Carlitos coloca mais do que emoção, coloca um infindável arsenal de delicadeza, coisa rara nos dias de hoje, de gentileza, coisa quase inexistente e principalmente de humor sobre o mundo, com críticas pontuais e acertadas.

Chaplin não é Chaplin à toa. sou fã de chaplin e de todos os seus diferentes e belos trabalhos, mas esse com certeza é um dos melhores.

a indústria cinematográfica já em forte expansão buscava agora mais um ponto: o cinema falado. Com "O Cantor de Jazz" de 1928, todo o cinema estava se rendendo a um nova era. Menos Chaplin que ainda acreditava na beleza de um cinema mudo, onde os gestos e as imagens é que deveriam falar.

e realmente, o olhar de Chaplin é que diz tudo. nem precisa de som.

Vale a pena conferir.


Informações:
Filme: “Luzes da Cidade" Terça-Feira, dia 24 de novembro, às 20 horas na sala do Clube de Cinema de Marília. Entrada franca. Av. Sampaio Vidal, 245 - Piso superior da Biblioteca Municipal, entrada pela Avenida Rio Branco. Telefone: 34026600 – ramal 6616O

Crepúsculo - o filme


então bem que aqui estamos. agora, bombardeados por crepúsculo. é óbvio: depois do fim de harry potter, nada melhor que uma nova dose de filmes adolescentes.

coloco aqui uma crítica coerente do grande Luiz Carlos Merten sobre o filme, as propostas e as configurações, "Romeu e Julieta" que Bella e Edward representam. A volta do amor romântico, sem sexo, apenas com um grande "coito".

mas é inegável: o vampirinho tem um quê de james dean. ah, isso tem.


Crítica de cinema: 'Lua Nova' já nasce como fenômeno
Curioso assistir, numa plateia de adolescentes, ao filme adaptado da saga 'Crepúsculo', de Stephenie Meyers

Luiz Carlos Merten


SÃO PAULO - Vamos direto ao ponto – sob certos (múltiplos) aspectos, Lua Nova, que estreia hoje em 602 salas de todo o País, é horrível como 2012, que estreou na sexta passada. A dramaturgia do filme do alemão Roland Emmerich é o que Hollywood tem de mais raso. Resumindo – trata-se de uma saga familiar, discutindo a autoridade (do pai) e na qual o mundo quase acaba para que uma menininha resolva seu problema de fazer xixi na cama. Mas os efeitos são tão impressionantes que – Deus nos livre – só mesmo o apocalipse real, antecipado pelos maias em seu calendário para daqui a três anos, poderá sobrepujar a fantasia de horror proposta pelo cinema. O mundo não acaba em Lua Nova, mas, para Bella, ser abandonada por Edward Cullen é pior que isso.

Você pode nem estar ligado no saga Crepúsculo, mas com certeza já ouvir falar de que se trata de um fenômeno. A série de livros de Stephenie Meyers virou o hit entre adolescentes do mundo todo. Crepúsculo foi um grande sucesso sem investimentos exagerados, feito por uma empresa produtora independente, a Summit, depois que a major Warner não se interessou pelo projeto. Com Lua Nova, houve mais investimento, não só na produção, com efeitos mais caros – tudo o que envolve os lobisomens –, mas também no lançamento. O filme começou a ser exibido à meia-noite de quinta, na virada para esta sexta, 20. Antecipadamente, mais de 100 mil ingressos foram vendidos para o fim de semana na rede Cinemark.


Assistir a Lua Nova em meio a uma plateia de adolescentes é uma experiência e tanto. As garotas, principalmente, se descontrolam. Logo no começo, Bella chega à escola em sua velha camionete. Ela conversa com colegas. Entra em cena o carro do ‘gostoso’ – isto é, Edward, o doce vampiro. O diretor Chris Weitz adota o ponto de vista da garota. Edward desce do carro e avança em direção a ela. Weitz desacelera o movimento, cria um efeito de câmera (meio) lenta. Edward caminha como quem balança o corpo, como James Dean caminhava ao encarnar a rebeldia da juventude nos anos 1950. Mais tarde, Edward desapareceu – Bella pensa que ele a abandonou por não gostar mais dela – e aí é a vez do amigo Jacob tirar a camisa e exibir os bíceps reforçados. Esse desenvolvimento muscular tem razão de ser, mas Bella ainda não sabe. O importante é o impacto da primeira cena de Jake sem camisa, que leva as garotas – e os garotos, alguns por desejo, outros porque gostariam de ser ele – a uma explosão de histeria.

Nada disso prepara o espectador mais adulto para o que ocorre no desfecho. O filme termina com uma pergunta de Edward a Bella, que o diretor corta antes da resposta, que fica para o próximo exemplar da série, Eclipse. Houve pandemônio na pré-estreia na quarta-feira à noite, no Cinemark Eldorado. As garotas levantaram-se das poltronas, aplaudiram, pularam, muitas choraram.

É a vitória do romantismo. Lua Nova não é só romântico – é exageradamente romântico. Stephenie Meyers, vale lembrar, é professora de literatura, como também era Erich Segal, autor de outro best seller, Love Story, que virou filme (de Arthur Hiller) e um marco da produção hollywoodiana por volta de 1970. Kristen Stewart, a Bella, disse – em entrevista ao Estado – que Lua Nova não tem nada a ver com as velhas perversões dos filmes de vampiros. O filme retorna a Romeu e Julieta, cujos versos o Romeu das trevas recita de forma lânguida. Edward é o vampiro que não beija o pescoço da amada, não lhe suga o sangue. Sua atração sobre as plateias femininas vem disso. Apesar dos símbolos fálicos presentes ao longo do filme, Edward nem Jake concretizam as fantasias de sexo de quem quer que seja, incluindo as próprias.

Lua Nova é um permanente coito interrompido. A pergunta final do herói fornece a chave para o que ele pretende – comprometimento. Edward não é um vampiro tradicional. É o príncipe encantado, daí as reações que ele (ainda) provoca. Lua Nova pode ser ruim como cinema. Não importa. É um fenômeno. Nasceu com a vocação de cult e, isso sim, para seu público, é o que conta.

Lua Nova (The Twilight Saga: New Moon, 2009/EUA, 130 min.) - Aventura. Dir. Chris Weitz. 12 anos. Cotação: Ruim.

A eterna Audrey




em dezembro será feito um leilão com as roupas usadas por Audrey Hepburn em vários filmes.


imagina só que legal conhecer?


Vestidos da atriz Audrey Hepburn vão a leilão em Nova York
Peças são de Valentino, Elizabeth Arden e Givenchy, o estilista favorito da estrela de 'Bonequinha de Luxo'


NOVA YORK - A maior coleção de vestidos de alta costura da atriz Audrey Hepburn foi apresentada nesta sexta, 20, pela casa de leilões Sotheby's de Nova York, juntamente com vários telegramas e cartas enviadas pela atriz ícone da elegância, pouco antes de seu leilão em Londres, em dezembro.


"Na última década apenas três vestidos de Audrey Hepburn foram colocados à venda, de modo que seus fãs jamais tiveram a oportunidade de comprar um vestido, um chapéu ou uma carta da atriz", disse a responsável pela venda, Kerry Taylor.

Com preços entre US$ 248 e US$ 33 mil, serão leiloados em Londres no dia 8 de dezembro, mais de 30 vestidos, que a atriz de Bonequinha de Luxo usou entre 1953 e a década de 60. Vestidos de Valentino, Elizabeth Arden ou de seu estilista favorito, Hubert de Givenchy.


sábado, 7 de novembro de 2009

Anselmo Duarte







Anselmo Duarte morreu. O diretor de "O Pagador de Promessas" (1962) ganhador da Palma de Ouro em Cannes, faleceu na madrugada de hoje.



Colocarei um matéria sobre isso no jornal e outra aqui no blog. Contudo, quero falar um pouco da experiência que tive ao organizar parte do acervo de Anselmo Duarte no CCM.



Quando me deparei com o material de Anselmo, fiquei um tanto quanto surpresa. Fotos originais dos filmes, da Vera Cruz, cartas escritas a mão pro Clube de Cinema de Marília e cartazes, vários cartazes.



O CCM era para Anselmo e grande valor. Amigo pessoal de Seu Dito e grande incentivador do cinema, o "galã" do cinema nacional doou para a entidade mais do que materiais, doou um pouco do que amava, do cinema.



deixei tudo organizado no que se referia ao Anselmo na segunda gaveta de um arquivo morto que estava caindo aos pedaços.



tentei entrar em contato com o pessoal de Salto, cheguei a ligar para enviar o material que tínhamos aqui, se eles tinham interesse. Mas não houve resposta.



Só para expressar mesmo, que para mim, pelo menos, fez um grande diferença conhecer um pouco mais desse cara, inteligentíssimo, galã, sedutor e principalmente, humano.









Morre o cineasta Anselmo Duarte, o único brasileiro vencedor em Cannes
Diretor de 89 anos sofreu terceiro AVC no sábado; enterro será em Salto.'O pagador de promessas' foi premiado com a Palma de Ouro em 1962.






Morreu na madrugada deste sábado (7), à 1h30, o diretor e ator paulista de cinema Anselmo Duarte, de 89 anos. Único brasileiro premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes, um dos mais importantes eventos cinematográficos do mundo, o diretor estava internado no Hospital das Clínicas, em São Paulo, desde o último dia 28, após ter sofrido o terceiro acidente vascular cerebral. Ele também lutava contra um câncer na bexiga, diagnosticado em agosto deste ano.



Duarte foi um dos mais prestigiados cineastas o país. Com o filme “O pagador de promessas”, de 1962, foi premiado com a Palma de Ouro em Cannes – a única concedida a um filme brasileiro até hoje. Ele concorreu com outros gênios do cinema, como Vittorio De Sica e Luis Buñuel.

Segundo o filho do diretor, o empresário Ricardo Duarte, o corpo do cineasta será levado para a cidade natal do diretor, Salto, no interior paulista, às 8h do próximo domingo (8). Lá, ele receberá uma breve homenagem da prefeitura e deverá ser enterrado às 11h30 no Cemitério Municipal de Salto.

A família ainda negocia com o governo para que o velório e as últimas homenagens ao cineasta aconteçam na tarde deste sábado (7), na Assembléia Legislativa.

Além de Ricardo, o diretor também é pai de Anselmo Duarte Júnior, Lídia Soares Duarte e Regina Hooper Duarte.

Carreira
O filme “O pagador de promessas”, baseada no texto de Dias Gomes e protagonizada por Leonardo Villar e Gloria Menezes, também concorreu a um Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro.






Rodado em Salvador, o longa é uma dura crítica à intolerância da Igreja e aborda a mistura de religiões no Brasil.O elenco também tem os atores Othon Bastos e Norma Bengell. Além de diretor, Duarte também foi ator e roteirista de mais de 40 longas nacionais. Destaque para “O caçador de esmeraldas” (1979), “O marginal” (1974) e “Um certo capitão Rodrigo” (1971). Seu último trabalho no cinema foi como ator no filme “Brasa adormecida” (1987), de Djalma Limongi Batista, que também tem no elenco Maitê Proença, Edson Celulari e Sérgio Mamberti.

Programação Novembro 2009



CLUBE DE CINEMA DE MARÍLIA PROGRAMAÇÃO –NOVEMBRO - 2009

01/11/2009:Domingo TEMPOS QUE MUDAM ( Les Temps Qui Changent ) Direção : André Téchiné Elenco: Catherine Deneuve, Gérard Depardieu, Malik Zid, Gilbert Melki, Lubna azabal FRANÇA 2004 Romance 98 min.
Antoine é enviado a Tânger para supervisionar um canteiro de obras. Lá ele reencontra Cécile..Eles se amaram há trinta anos, se separaram e nunca mais se viram. Ela se casou no Marrocos e refez sua vida. Ele nunca a esqueceu, jamais se curou.


07/11/2009:Sábado LENINGRADO ( Leningrad )– Direção: Aleksandr Buravsky Elenco: Gabriel Byrne, Mira Sorvino, Vladimir Ilyin,Aleksandr Abdulov, Olga Sutulova RUSSIA/REINO UNIDO 2009 Drama/Guerra 110 min
Em 1941, uma jornalista inglesa chamada Kate Davis é enviada a Leningrado, na Russia, para cobrir o bloqueio nazista. Por causa de um ataque aéreo, ela se separa do grupo de jornalistas e começa a viver uma verdadeira odisséia para sobreviver.Filme baseado em fatos históricos.

08/11/2009:Domingo QUASE DEUSES (Something the Lord Made) Direção: Joseph Sargent Elenco: Alan Rickman, Mos Def, Mary Stuart Masterson, Kyra Sedgwick, Merritt Wever. EUA 2004 Drama 110min
Mos Def e Alan Rickman, interpretam a história real de Viven Thomas e Alfred Blalock,que,em meio à Grande Depressão, na década de 1930, em Nashville, foram responsáveis pela primeira cirurgia feita no coração (antes disso, o órgão era visto como algo intocável pela medicina), que corrigia um erro de percurso numa das veias do coração que ocasionava problemas de oxigenação no pulmão e a falência do indivíduo. Curiosidade e Premiação: “Something the Lord Made”, a história real de Viven Thomas, foi produzido em 2004 pela HBO, e foi indicado ao GLOBO DE OURO como Melhor minissérie ou filme feitos para a TV e rendeu uma indicação ao ator Mos Def. Ganhou o EMMY de melhor filme para a TV .O filme Quase Deuses, é baseado no artigo jornalístico “Something the Lord Made”, escrito por Katie McCabe e publicado no Washingtonian.

14/11/2009: Sábado O GUERREIRO GENGHIS KHAN (Mongol)– Direção: Sergei Bodrov .Elenco: Tadanobu Asano,Honglei Sun, Khulan Chuluun, Aliya Oelun, Ba Sem Esugei, Amadu Mamadakov, Ying Bai. CAZAQUISTÃO/RUSSIA/MONGÓLIA/ALEMANHA. 2007 Drama/Histórico 120 min.
Genghis Kahn, o maior guerreiro da história, nasceu cercado de lendas xamânicas, sobre a vinda de um lobo cinzento de pelo branco que devoraria toda a Terra. Ainda jovem, enfrentou a rejeição de sua família por seu próprio clã, mas voltaria para conquistar sua liderança, vencer seus rivais de clãs distintos e unificar os povos mongóis sob seu comando. Genghis Khan foi um dos comandantes militares mais bem sucedidos da história da humanidade. Curiosidades e Premiação: Para os mongóis, Khan é o chefe de uma tribo ou aldeia, e Genghis Khan seria o khan de todos os khans, já que Temudjin unificou o país e ainda conquistou metade de todo território mundial conhecido no século 12. O filme foi concebido para ser a primeira parte de uma trilogia,e foi indicado ao OSCAR de Melhor Filme Estrangeiro. Bodrov desistiu pelas dificuldades que enfrentou e, um tempo depois, decidiu unificar os dois outros roteiros em um só: O Grande Khan, que deve ser lançado em 2010

15/11/2009: Domingo NÃO É MAIS UMA HISTÓRIA DE AMOR (Just Another Lover Story) –Direção: Ole Bornedal Elenco: Anders W. Berthelsen, Rebecka Hemse, Nikolaj Lie Kaas, Charlotte Fich, Dejan Cukic, Karsten Jansfort. DINAMARCA 2007 Suspense/Ação/Drama 100min.
Como contar a verdade, se viver na mentira é melhor? Impressionante pela tensão contínua, estilo vibrante, recursos visuais e uma incrível narrativa, “Não é Mais Uma História de Amor”, é um suspense sobre identidades trocadas.

21/11/2009: Sábado HÁ TANTO TEMPO QUE TE AMO (Il y a Longtemps que Je T’aime)- Direção : Philippe Claudel Elenco: Kristin Scott Thomas,Elsa Zylberstein,Serge Hazanavicius, Laurent Grévil, Frédéric Pierrot. FRANÇA/ALEMANHA 2008 Drama 110 min.
Após 15 anos de ausência e rejeição, Juliette retorna à sua família. Léa, sua irmã mais nova, decide abrigá-la em sua casa, onde mora com o marido, as 2 filhas e o sogro. Porém aos poucos a causa que fez com que Juliette ficasse tanto tempo afastada, volta a atormentá-los. Premiacões: Recebeu 2 indicações ao GLOBO DE OURO: Melhor Atriz-Drama (Kristin Scott Thomas) e Melhor Filme Estrangeiro. Ganhou o BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro. Ganhou 2 prêmios no CÉSAR:Melhor Filme de Estréia e Melhor Atriz Coadjuvante(Elsa Zylberstein) e foi indicado nas categorias de Melhor Filme, Melhor Atriz (Kristin S Thomas), Melhor Roteiro Original e Melhor Trilha Sonora. Ganhou o EUROPEAN FILM AWARDS de Melhor Atriz (Kristin S Thomas). Ganhou o Prêmio Ecumênico do Juri, no FESTIVAL DE BERLIM.

22/11/2009: Domingo A JANELA (La Ventana) Direção e Roteiro: Carlos Sorin Elenco: Antonio Larreta,Maria del Carmen Jimênez, Alberto Ledesma. ARGENTINA/ESPANHA 2008 Drama 85 min.
O último dia da vida de Antonio ,um escritor de 80 anos que aguarda a visita de seu filho em sua fazenda no norte da Patagônia. Curiosidades: Argentino de 64 anos, o diretor Carlos Sorin, realizou em 2004, a obra-prima “O Cachorro” Em “A Janela”, filme minimalista, alia simplicidade e metáfora com lirismo em resultado comovente.O filme trata da chegada da morte. Mas seu registro não é o da tragédia. Sorin quer apanhar a vida que resta nos seus detalhes significativos, nas miudezas que olhos apressados são incapazes de ver.Em entrevista no lançamento de “A Janela”no Brasil, disse Sorin: “Esse é um filme para um público ativo, não passivo.Para um público que queira completar o filme durante a projeção. Há muitas coisas sugeridas, ocultas ou não ditas.”


28/11/2009: Sábado O GRUPO BAADER MEINHOF (Der Baader Meinhof Komplex)–Direção: Ulí Edei Elenco: Moritz Bleibtreu, Martina Gedeck, Johanna Wokalek ALEMANHA/FRANÇA/REP.TCHECA 2008 Drama 150min.
O filme baseia-se na história verídica dos fundadores da Facção Exército Vermelho (Rote Armee Frakte), grupo armado alemão de extrema esquerda, Andreas Baader e sua namorada Gudrun Ensslin, que formaram um grupo estudantil para protestar contra o capitalismo, o desenvolvimento nuclear e, principalmente, a guerra do Vietnã Depois de presos, eles se aproximam da famosa jornalista Ulrike Meinhof que se junta e dá força ao movimento. Curiosidades e Premiações: Indicado ao BAFTA, OSCAR e GLOBO DE OURO, de Melhor Filme Estrangeiro.Versão quase documental sobre a organização terrorista de esquerda RAF, que comprou briga contra o establishment alemão e o imperialismo americano, durante a década de 1970. A RAF, guardadas as devidas proporções, significou para a Alemanha o mesmo que o MR-8(Movimento Revolucionário Oito de Outubro) foi para o Brasil no período da ditadura militar. Quem tem menos de 40 anos, é provável que nunca tenha ouvido falar de nenhum deles, exceto em livros de História ou talvez na música “Baader Meinhof Blues” do Legião Urbana.

29/11/2009: Domingo JEAN CHARLES (Jean Charles) Direção :Henrique Goldman Elenco:Selton Mello,Vanessa Giácomo,Luis Miranda,Patrícia Armani,Sidney Magal,Daniel de Oliveira BRASIL/INGLATERRA 2009 Drama 90minJean Charles de Menezes é um eletricista mineiro, morador de Londres que ajuda na chegada de sua prima Vivian no país onde já vive com Alex e Patrícia.Em 22 de julho de 2005 ele é morto por agentes do serviço secreto britânico no metrô local, confundido com um terrorista. O fato abala a vida dos primos, que precisam reconstruir a vida ao mesmo tempo em que buscam por justiça.Curiosidades: É a primeira co-produção entre Brasil e Inglaterra. Patrícia Armani interpreta a si própria em “Jean Charles”. Ela era prima do verdadeiro Jean Charles de Menezes. As filmagens duraram 5 semanas em Londres e 1 em Paulínia, que foi adaptada como Gonzaga, cidade mineira onde Jean Charles de Menezes nasceu

sobre o CCM e afins


amigos,

sei que o blog está parado. nada justifica. (?)

contudo, acredito que ainda podemos falar de algumas coisas. e não sei porque, mas ainda creio, independente de política, religião, amizades e inimizades, que o acervo histórico do CCM é imaterial, não tem valor que se calcule.

é com pesar que não trabalho (voluntariamente) mais lá. tentei e fiz o possível. contudo, o meu carinho pelo acervo, pelo acervo e pela história do cinema de marília, ainda não me deixam desistir. ;)

desistir de pelo menos divulgar que sim, existe algo na cidade que poucos conhecem, livros raros, fotos raras e um acervo que tem a metade da história do cinema mundial.

e está perdido.

deixo aqui o meu pesar.

tentarei ao menos postar a programação. se isso fizer diferença, ponto pra cultura da cidade que está morrendo aos poucos.

um brinde ao Seu Dito e às pessoas que ainda acreditam que, de alguma forma, só a cultura e a valorização do passado podem fazer um sociedade melhor, mais justa, menos egoísta e ciente de si mesma e de sua importância.

Lídia

quarta-feira, 11 de março de 2009

PROGRAMAÇÃO MARÇO DE 2009


Olá colegas cineclubistas,

no mesmo horário (20:15 h) e nos mesmos dias (sábado e domingo) as exibições do Clube de Cinema de Marília!

Não percam...no prédio da Biblioteca Municipal!



07/03/2009: Sábado AO ENTARDECER (Evening) – Direção: Lajos Koltai. Elenco: Merryl Streep, Glenn Close, Claire Danes, Toni Collette, Vanessa Redgrave, Patrick Wilson. EUA/Alemanha – 2007 – Drama - 117 min.
Doente, uma mulher decide revelar às suas filhas um segredo há muito tempo guardado. Curiosidades: Keira Knightley foi convidada para interpretar Ann Grant, mas não pôde aceitar o papel devido a compromissos já firmados com Piratas do Caribe - No Fim do Mundo (2007) e Desejo e Reparação (2007). No filme Mamie Gummer interpreta a versão mais nova de sua mãe na vida real, Meryl Streep. Já Natasha Richardson interpreta a filha de sua mãe na vida real, Vanessa Redgrave.


08/03/2009: Domingo PERSÉPOLIS (Persepolis) – Direção: Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi Elenco: Chiara Mastroianni, Catherine Deneuve , Danielle Darrieux, Simon Abkarian. França/EUA - 2007 – Animação - 95 min.
Uma garota sonha em se tornar uma profetisa para salvar o mundo. Mas, quando o novo regime no Irã a obriga a usar véu, ela decide se tornar uma revolucionária. Premiações: Indicado ao Oscar de Melhor Filme de Animação, ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro, ao BAFTA de Melhor Filme Estrangeiro, ao Independent Spirit Awards de Melhor Filme Estrangeiro. Recebeu 6 indicações ao César, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Filme de Estréia, Melhor Edição, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Roteiro Adaptado. Indicado ao European Film Awards de Melhor Filme. Ganhou o Prêmio do Júri, no Festival de Cannes. Ganhou o Prêmio do Público e o Prêmio MovieZone, no Festival de Roterdã. Ganhou o Prêmio do Público de Melhor Filme Estrangeiro, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.Curiosidades: O governo do Irã enviou uma carta à embaixada da França em Teerã protestando contra Persépolis, além de pressionar os organizadores do Festival de Bangkok a retirá-lo de sua programação. Foi o representante francês ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O orçamento de Persépolis foi de US$ 7,3 milhões.



14/03/2009: Sábado ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA (Blindness) – Direção: Fernando Meirelles. Elenco: Mark Ruffalo, Juliane Moore, Yusuke Iseya , Yoshino Kimura, Alice Braga. Brasil/ Canada/Japão – 2008 – Drama - 120 min.
Uma epidemia de cegueira atinge uma cidade, fazendo com que as pessoas exponham cada vez mais seus instintos primitivos. Curiosidades: O filme é baseado na obra de Saramago e uma das exigências dele para vender os direitos de adaptação é que no filme não fosse possível reconhecer em qual país a história se passa. Foi o filme de abertura do Festival de Cannes 2008. José Saramago foi convidado à première de Ensaio Sobre a Cegueira em Cannes, mas seus médicos o proibiram de viajar. Desta forma o diretor Fernando Meirelles foi até Lisboa para lhe mostrar o filme. O orçamento de Ensaio Sobre a Cegueira foi de US$ 25 milhões.



15/03/2009: Domingo MAMMA MIA (Mamma mia) Direção: Phyllida Lloyd Elenco: Amanda Seyfried, Meryl Streep, Stelan Skarsgard, Pierce Brosnan, Colin Firth. EUA/Alemanha/Inglaterra - 2008 - Musical - 108 min.
Sem saber quem é seu pai, uma jovem prestes a se casar envia convites para três ex-namorados de sua mãe. Premiações: Recebeu 2 indicações ao Globo de Ouro, nas categorias de Melhor Filme - Comédia/Musical e Melhor Atriz - Comédia/Musical (Meryl Streep). Recebeu 3 indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Filme Britânico, Melhor Trilha Sonora e Melhor Revelação (Judy Craymer). Ganhou o Framboesa de Ouro de Pior Ator Coadjuvante (Pierce Brosnan). Curiosidades: A peça teatral a qual Mamma Mia! foi baseado estreou em 6 de abril de 1999, em Londres. Estréia de Phyllida Lloyd como diretora de cinema. Phyllida Lloyd também dirigiu a versão de Mamma Mia! montada na Broadway. Ainda na pré-produção foi cogitada a possibilidade de que Mamma Mia! tivesse uma música inédita, para que pudesse concorrer ao Oscar. Entretanto Benny Andersson e Björn Ulvaeus foram contrários à idéia. Como todas as canções não são originais o filme não pode concorrer em qualquer categoria musical do Oscar. Teve a maior abertura de um musical na história, arrecadando US$ 27,6 milhões em seu fim de semana de estréia nos Estados Unidos. O orçamento de Mamma Mia! foi de US$ 52 milhões.



21/03/2009: Sábado O ESCAFANDRO E A BORBOLETA (Le Scaphandre et le Papillon) Direção: Julian Schnabel Elenco: Mathieu Amalric, Emmanuelle Seigner, Marie-Josée Croze, Anne Consigny. França/ EUA 2007 Drama 112 min.
O editor da revista Elle tem um derrame cerebral, que faz com que o único movimento que tenha em seu corpo seja o do olho esquerdo. Premiações: Recebeu 4 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Diretor, Melhor Fotografia, Melhor Edição e Melhor Roteiro Adaptado. Ganhou 2 Globos de Ouro, nas categorias de Melhor Diretor e Melhor Filme Estrangeiro. Foi ainda indicado na categoria de Melhor Roteiro. Ganhou o BAFTA de Melhor Roteiro Adaptado, além de ser indicado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro. Recebeu 7 indicações ao César, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Mathieu Amalric), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Edição, Melhor Fotografia e Melhor Som. Recebeu 4 indicações ao Independent Spirit Awards, nas categorias de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Fotografia Ganhou os prêmios de Melhor Diretor e o Grande Prêmio Técnico, no Festival de Cannes.


22/03/2009: Domingo NUNCA DIGA NUNCA (Never Say Never) – Direção: Eric Civanyan Elenco: Gérard Jugnot, Jean Dujardin, Mélanie Doutey, Marie-France Santon. França - 2005 – Comédia -101 min.
Paris, 1830. Valentin se perde no álcool, apostas e mulheres. Ele não acredita na vida e especialmente no amor. Seu tio Van Buck acredita somente na honestidade do dinheiro e do trabalho. Tudo os separava até o dia em que Van Buck resolve melhorar sua imagem pública, querendo fazer com que Valentin se case com a jovem e empobrecida Baronesa Cecile. Valentin, que não possui o mínimo desejo de se casar, aposta que consegue facilmente seduzi-la em 24 horas e desta forma provar a ela, e a todos, que não vale a pena o amor... .

28/03/2009: Sábado CASA DA MÃE JOANA (Casa da mãe Joana) – Direção: Hugo Carvana . Elenco: Pedro Cardoso, José Wilker, Paulo Betti, Claudio Marzo, Miele, Laura Cardoso, Juliana Paes, Malu Mader, Arlete Salles, Beth Goulart. Brasil – 2008 – Comédia - 100 min.
Quatro amigos que só pensam em curtir a vida, com grandes farras, lindas mulheres e bebidas. Mas um belo dia, eles são surpreendidos com uma notícia nada agradável, uma ação de despejo. Sem nenhuma solução imediata a turma é obrigada a pensar naquilo que mais abominam: trabalhar! A confusão está formada quando cada um busca um meio fácil de conseguir dinheiro, com o mínimo de esforço. Os dias se passam as confusões hilárias aumentam e o dinheiro não aparece...será que a situação vai piorar? Curiosidades: Escolhido para abrir a mostra "70 Anos de Hugo Carvana", em homenagem ao ator e diretor. Primeira vez que Hugo Carvana utiliza Efeitos Especiais em um de seus filmes.


29/03/2009: Domingo ARCA RUSSA (Russkij Kovcheg) – Direção: Aleksandr Sokurov Elenco:. Sergei Dontsov, Mariya Kuznetsova, Leonid Mozgovoy, David Giorgobiani, Aleksandr Chaban. Russia - 2002 – Drama -97 min.
A história da Rússia do século 18 ao 21, através da excursão de um cineasta e um diplomata. Curiosidades: A idéia de rodar Arca Russa nasceu 15 anos antes das filmagens, sendo que o período de preparação para as filmagens durou 7 meses. Foi rodado em plano-sequência único, que dura 97 minutos e atravessa 35 salas do museu Hermitage, de São Petersburgo. Foi rodado em apenas um dia, em 23 de dezembro de 2001. Para as filmagens de Arca Russa foram usados mais de 3 mil figurantes.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

ANSELMO DUARTE


Bom, para os que não sabem, o CCM tem um acervo com material doado pelo próprio Anselmo Duarte. Cartazes de filmes e fotos que são uma relíquia no mundo de hoje.

Considerado o eterno "galã" do cinema nacional, Anselmo Duarte também dirigiu filmes e ganhou fama como o diretor que não se dava com o pessoal do Cinema Novo. Como assim?


Em uma entrevista que achei de 2004, Anselmo Duarte explica isso e muitas outras histórias, provando que a Palma de Ouro de 1962 que ele ganhou com o filme "O pagador de promessas" não foi sem propóstio. Anselmo é bonito mesmo. E também inteligentíssimo, engraçado e dono de uma opinião forte.


Confiram.




Ninguém segura esse Russo Louco

Anselmo Duarte continua sendo nosso único Palma de Ouro
Entrevista concedida a Roberval Lima, Sandro Fortunato e Anahi de Castro

(2004)


SALTO (SP) - É mais fácil o cinema brasileiro desencantar e ganhar um Oscar do que tirar de Anselmo Duarte o título de único Palma de Ouro do Brasil. Isso já dura 42 anos. De 1962, quando O pagador de promessas ganhou o prêmio máximo do Festival de Cannes, até hoje, nenhum filme brasileiro repetiu o feito.


Enquanto, em Cannes, Diários de motocicleta, de Walter Salles, concorria à Palma de Ouro na 57ª edição do Festival, Anselmo dizia: “Estou correndo perigo de não ser mais o único Palme D’Or do Brasil”. Dono de uma voz vibrante e cheio de histórias, o diretor gravou um depoimento de mais de 3 horas para o site Memória Viva, em seu apartamento na cidade de Salto do Itu, São Paulo.


Aos 84 anos, Anselmo Duarte ainda mantém o jeitão dos anos 50 quando ganhou outro título, este dado por suas fãs e pela propaganda das empresas cinematográficas, o de “maior galã do cinema nacional”. Vaidoso, quando soube que haveria fotos, pediu para fazer a barba antes. No meio da entrevista, vendo a pequena câmera apontada insistentemente para ele, pergunta: “Você está fotografando ou filmando?” Ao saber que a câmera podia fazer as duas coisas, comenta com certo desprezo: “Aaaaaah... tem certas modernidades que eu não adoto.” Tudo bem, Anselmo, você pode.


Do tempo em que molhava a tela na qual se projetava o filme no Cine Pavilhão, em Salto, quando trocava impropérios com o público que estava do outro lado e ganhou o apelido de “Russo louco”, até a Palma de Ouro, passando pelos mal entendidos com o pessoal do Cinema Novo, Anselmo fala ainda do atual cinema brasileiro e conta histórias engraçadas sobre sua infância e sobre sua meteórica passagem por Hollywood.


Como começou sua ligação com o cinema ainda em Salto? Fale sobre o Cine Pavilhão.

É um caso único. Pouca gente sabe que se molhava a tela no cinema porque é bem diferente hoje. Mas eu estou me referindo ao cinema mudo. Aí dizem: “O Anselmo é mentiroso”. Quando não querem chamar de mentiroso, chamam de “criativo”. Mas é verdade. O pior é que as testemunhas já morreram. Eu sou o cara mais antigo daqui. Mas o Cine Pavilhão era assim. O projetor de filme ficava atrás da tela, que era um pano. Quando batia luz, passava para o outro lado. Assim era o cinema mudo. Pelo menos aqui em Salto. Antigamente era uma lente grande angular, na qual a imagem sai e já abre. Então ficava perto da tela, a uns 5, 6 metros, atrás. Era um só projetor e a cada dois rolos tinha um intervalo de dez minutos. Então tinha sempre dois garotos com uma seringa – feita num gomo de taquara com um courinho na ponta – que sugava e espirrava água. A gente ficava com aquele troço molhando a tela. Você viu O crime do Zé Bigorna? Não tem a cena lá, eles molhando a tela? Eu reproduzi essa cena, só que não eram dois meninos, eu botei o Lima Duarte e o Stênio Garcia.


E como era o público do Pavilhão?

Ah, tinha o diálogo com o público! Era um cinema poeira. Então todo mundo falava, gritava. Durante o filme, todo mundo conversava. Jogavam coisas na tela. E, nos intervalos, a gente jogava água na tela, para esfriar. Conforme a água batia na tela, ficava escuro. Aí o público, que estava do outro lado, fazia assim (colocando as mãos em concha na frente da boca): “Mais para o centro, seu burro!” E a gente jogando água. “Mais no meio, eu falei!” Ninguém me conhecia por Anselmo, ninguém me chamava assim porque achavam um nome meio “amanteigado” e eu era briguento. Eu era loiro e me chamavam de Russo Louco. Aí diziam assim: “Ô, Russo Louco, aqui embaixo, seu burro!” E eu: “É a puta que o pariu”. Porque a gente xingava também. E tinha outro amigo meu, o Zé Panela. Era aquele diálogo de xingação, era uma briga gozada através da tela. E quando estava terminada, eu dizia assim: “Agora vá todo mundo à puta que os pariu”. E o pessoal gritando: “É louco! É o Russo Louco!” Era uma pândega. As sessões eram concorridíssimas.


Já se falou muito sobre Cannes e O pagador de promessas. O que aconteceu depois disso?

Quem é laureado em Cannes não precisa entrar na seleção. É uma outorga que o Festival dá a todos os laureados. Um dos privilégios é esse. Cannes tem um regulamento: todo país pode concorrer com um filme mais os dos diretores laureados. O Brasil é o único país da América do Sul que pode concorrer com dois filmes. A única Palma de Ouro da América do Sul é do Brasil. Um será o que ele tem direito, que será selecionado aqui. O outro vai sem seleção (que é o do diretor laureado). Mas o filme, para sair, precisa de um visto do Itamaraty, que é um órgão que deveria saber de todas essas coisas, mas não sabe. Então eu mandei o filme e disse para enviar para Cannes, que eles (os organizadores do Festival) estavam esperando. Eles estavam selecionando filmes no Itamaraty e teve um crítico desses, lá no Rio, que barrou meu filme, o Vereda de salvação. Ele barrou, disse que não ia para Cannes. Um absurdo! Peguei um avião, fui para o Rio de Janeiro, cheguei lá e disse: “Eu mandei meu filme para os senhores remeterem para Cannes porque o Brasil tem o direito de remeter dois: o que vocês escolherem e o meu”. E eles: “É, mas o problema é outro. Não é que sejamos ignorantes. O problema é outro. Tem gente de pés descalços, gente do campo – que seriam os sem-terra –, o senhor é comunista. O senhor só não foi preso porque tem um nome...” Uma coisa absurda! Um negócio de louco! Aqui no Brasil, se você não é vencedor, “você é fantástico, é formidável, não tem chances, mas é ótimo”; mas se você ganhar... “não é tanto assim”. Brasileiro tem isso de não gostar de quem vence. Tem gente que diz que o Pelé não sabia jogar futebol! Disseram que o filme não iria por problema político, que eu era conhecido como comunista.


O senhor chegou a ser preso durante a ditadura, acusado de ser comunista?

Eu entrei (para o Partido Comunista) não por convicção política. Entrei por um abaixo-assinado que fizeram para inscrever (tornar legal) o partido. Eu tinha um grande amigo no Rio de Janeiro, que era comunista, Alinor Azevedo, um grande jornalista, que me disse “assina aí pra gente registrar o partido”. Eu assinei. Mas nunca fui por convicção. Se fosse, eu diria. Nunca liguei para nada. Assinei. Tá registrado? Então, seja feliz. No dia em que tiraram o partido de circulação invadiram a sede, no Rio, pegaram todas as fichas e eu fui chamado. Não eram chamados todos. Só as pessoas mais populares, os que têm comunicação com o povo: artistas, políticos, intelectuais, jornalistas. Esses eles prendem. São os primeiros. E eu fui. Chegou um camburão na porta de onde eu morava, só que eu não vi, morava em apartamento. E me disseram: “O senhor foi testemunha de um acidente de trânsito. Morreu uma pessoa e estão chamando o senhor para prestar depoimento. É só chegar lá e dizer que não viu nada”. Eu me vesti e saí tranqüilo. Na porta do prédio, ainda sem perceber nada, perguntei se iria no meu carro e disseram que não. Foram me empurrando, abriram a porta e me jogaram dentro do camburão. E eu não sabia porquê! Quando cheguei na Central, estavam prendendo todo mundo. Quando eu entrei... “Olha tá chegando gente famosa! Comuna famoso!” e “Pá!” Começaram a dar umas bolachas. Bom! Eu já apanhei muito por ser galã. Todo mundo queria bater. Então fui aprender a lutar para me defender. Sou faixa-preta em Jiu-Jitsu. Fui aluno do Hélio Gracie, fiz demonstrações com ele no Maracanãzinho. No segundo tapa, eu quase quebrei o braço do cara. Segurei, dei um balão nele... e aí que eu apanhei muito mais, me arrebentaram! Apanhei bastante! Mas foi porque reagi. Fiquei como comunista. Nunca tive uma participação ativa. Mas saí no mesmo dia. Liguei pro meu advogado, ele foi pra lá com pessoas importantes e me tiraram de lá.


O senhor tem ressentimentos em relação às críticas do pessoal do Cinema Novo?

Vou explicar como é que surge uma onda dessas. Eu posso dizer algo para um repórter, algo que não tenha a menor importância. Mas também posso dizer para outro que não simpatiza comigo, que está me entrevistando por obrigação, porque é a profissão dele. Então ele põe aquilo que eu falei e mais o que ele queria falar e não tinha coragem. E o troço vai aumentando. Então um botou: “Todo o Cinema Novo falava...” O “pessoal do Cinema Novo” não falava nada. Um falou um dia. Outro aumentou e assim foi. Muita gente do Cinema Novo se dava comigo. Uma vez saiu algo e até hoje, 30, 40 anos depois continua. Sabe por que é tudo uma onda? Porque quem inventou o Cinema Novo fui eu. Eu inventei o Cinema Novo. Como? Eu estava fazendo o meu primeiro filme, o Absolutamente certo, que foi saudado quando saiu. Ninguém esperava nada do “galã”. Toda a imprensa acha que galã é burro. E saiu que o Absolutamente certo era o cinema novo brasileiro. Ainda não existia o Cinema Novo. Depois veio O pagador de promessas. No livro do ano de Cannes tem sempre a justificativa do porquê eles deram a Palma de Ouro para aquele filme. E lá dizia que “esse filme, sem dúvida, marca um cinema novo do Brasil”. O pessoal do Cinema Novo já estava fazendo um filme. Eram cinco diretores que estavam fazendo o Cinco vezes favela. Tinha um guru da imprensa, o Alex Viany, guru dos jovens. Escritor, jornalista, foi diretor também. Então ele veio falar comigo: “Anselmo, tem uns garotos aí que eu estou lançando e que estão fazendo um filme que se chama Cinco vezes favela. E nós soubemos que seu filme foi selecionado para Cannes e o do Ruy Guerra para (o Festival de) Berlim. Nós queríamos assistir os dois filmes”. E daí passaram os filmes. Nessa sessão estava toda a rapaziada que viria a ser o Cinema Novo: Cacá Diegues, Leon Hirszman, Glauber Rocha – que já me conhecia de Salvador, de quando eu estava filmando O pagador de promessas –, Gustavo Borges, uns 10 ou 12 diretores do início do Cinema Novo. Quando terminou, aplausos e mais aplausos. E todo mundo falava: “Anselmo, você vai ganhar algum prêmio. É o melhor filme já feito no Brasil!” Todos falavam a mesma coisa. Mas, na verdade, eles nunca poderiam imaginar que eu ganharia a Palma de Ouro. Achavam impossível ganhar em Cannes.


Quando isso ficou claro?

Eu não voltei logo ao Brasil, porque quando você ganha a Palma de Ouro, é convidado para tudo quanto é festival, porque o de Cannes é o mais importante do mundo. E todo festival em que eu ia, ganhava. Voltei com cinco prêmios. Antes de chegar aqui, já percebi. De Cannes, fui para Paris. Lá, telefonaram para mim e disse: “Anselmo, sabe quem está aqui em Paris? Um grande amigo seu: o Glauber!” E eu: “Puxa! Fantástico! Então segura ele aí, vamos almoçar juntos”. Quando cheguei, achei ele meio triste, chateado. “Chateado quem está é todo aquele pessoal do Cinema Novo”, ele disse. “Mas como? Faz uns dez dias que saí de lá e estava toda aquela festa! Chateados? Mas por que?” E Glauber: “Anselmo, eles não admitem que você tenha ganhado do Buñuel”. Que imbecilidade! Eles não admitirem que eu tenha ganhado do Buñuel? Para mim, melhor do que o Buñuel tinha uns cinco lá. Quem gosta mesmo do Buñuel é comunista, porque ele fala mal dos Estados Unidos, fala mal do capitão, fala mal do patrão. Ele é um diretor comunista. Os filmes dele são primários. Eu tenho coragem de falar e provo. Mas comunista acha ele um deus. (...) O filme do Buñuel era um que tem um monte de gente dentro de uma casa de portas abertas e que não consegue sair (O anjo exterminador). Uma fita chata, imbecil, própria do Buñuel. Ele quer dizer que é uma sociedade milionária que não sabe qual é a saída. Vá à merda! Vai sofrer assim nos quintos dos infernos! Cinema não foi feito pra isso...


E Hollywood?

Eu estive em Hollywood. Fui levado pelo presidente e o vice-presidente da Universal. Eu tinha ganhado cinco festivais internacionais e os americanos pegam diretores assim e levam para lá. Iam fazer isso comigo. Não que eu não quisesse. Quer fazer, faça. Iam pagar em dólar. Mas é que eu briguei antes do tempo, antes de receber o primeiro salário. O presidente e o vice-presidente da Universal me colocaram numa limusine que parecia um ônibus e fui conhecer os estúdios da Universal. Chegando lá, eu vi aquele portão largo, de ferro, muito alto, trabalhado, escrito Universal Pictures em cima. Quando eu estava entrando, olhei para o porteiro, fardado, de quepe, um coitado de um velho, que abriu a porta. Eu passei rente a ele e levei um susto quando vi a cara dele. Gritei: “Stop! Stop the car! Stop!” O carro parou, eu abri a porta e saltei. Cheguei pro porteiro e falei: “Bernoudy, como vai você?” Ele foi meu diretor na Atlântida! O Luís Severiano Ribeiro, grande exibidor do Rio, quando comprou a Atlântida, contratou o Bernoudy, que era produtor em Hollywood, para vir melhorar a Atlântida. Ele veio pro Rio, trabalhou, organizou a Atlântida. Dirigiu meu primeiro filme lá, Terra violenta. Ed (Edmond) Bernoudy adorava o Brasil, adorava o Rio. Ficou dois anos no Rio, já falava português. Foi assistente do John Ford. Era um bom diretor. Eu conversava muito com ele, aprendi muito com ele. E aí eu o vejo de farda e de quepe na porta da Universal. Eu saltei e perguntei: “Mas o que é que você está fazendo com essa farda aqui?” Meu professor, meu diretor, mas que coisa! A essa altura ele já estava com uns 80 anos. Eu tirei o quepe dele, joguei fora e falei: “Você não vai ser porteiro aqui, não! Mas que país é esse? Você foi diretor e lhe jogam aqui?! Deviam lhe aposentar pelo menos! Vamos embora!” Fiquei chateado. Daí eu cheguei no carro e falei para o tradutor: “Fala que esse homem não vai mais trabalhar aqui na portaria. Que ele vai ser o meu primeiro assistente. E ele vai no carro conosco”. O presidente da Universal virava a cara para ele. Quando eu saí de lá, falaram que ficava para depois o acerto do meu contrato. E sabe o que eles alegaram? “Mas como?! Nós estamos contratando um gênio” – porque, para eles, ganhar aqueles prêmios todos era ser gênio – “estamos contratando um gênio para melhorar nosso estúdio e ele foi aluno do nosso porteiro?!!” Acabou. Não me contrataram. A minha carreira foi a mais curta de um diretor em Hollywood.


O senhor tem acompanhado as nossas produções atuais?

Eu tenho visto bons filmes brasileiros. Mas o cinema brasileiro passou a ser dirigido por pessoas que têm títulos e são muito jovens. O que é ter título? É o cara que vai para a faculdade cursar Comunicação e depois faz uma especialização chamada Cinema. E geralmente é gente que tem posses. Então ele termina e mostra o diploma para os pais. E aí, porque tem um diploma, ele vai dirigir. O pai, que tem bons relacionamentos, arruma financiamentos e tal. Geralmente ele faz um filme. E não faz nunca mais nenhum. Porque não sabe dirigir. (...) A imprensa não quer saber se ele está dirigindo, se demorou, se foi o pai dele quem pagou, se até aquela data ele não ganhou nenhum centavo... pega e esculhamba: é burro, não sabe dirigir. A maior parte não faz o segundo filme.


O senhor gostou de alguma produção brasileira recente?

Central do Brasil.


Dirigido pelo Walter Salles, filho de banqueiro...

Eu acho que, no momento, ele é o melhor diretor brasileiro. Eu já vi um outro filme dele que também gostei. E já fui assistir porque era dele. Não o conheço pessoalmente. Tenho um olho clínico bom. Eu estou correndo perigo de não ser mais o único Palme D’Or do Brasil.